Talvez alguns possam considerar “ousado demais” um jovem refletir sobre a vida, mas gosto de pensar que parte do processo de crescimento é exatamente o ato de questionar os próprios caminhos e escolhas. Sobre isso inclusive, Sócrates, filósofo grego já dizia: “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”. A ele também foram atribuídas frases como “sábio é aquele que conhece o limite da própria ignorância” e “só sei que nada sei”, ambas frases que dão a entender que por mais estudados que possamos ser, nossa compreensão falha em alcançar a magnitude deste Universo.
Ainda assim, não nos rendemos ao conformismo e a ignorância, e todos seguimos buscando evoluir através do conhecimento, seja ele dos livros ou prático, todos queremos “crescer”. Nas palavras de Platão, outro filósofo: “tente mover o mundo, o primeiro passo será mover a si mesmo”, colocando em destaque nossas ações e escolhas em relação a nossa própria vida e desenvolvimento.
Se assumimos que estas premissas são verdades a serem consideradas, por quê razão estaríamos gastando nosso tempo discutindo sobre quem tem razão ou tentando convencer pessoas de algo? Se a idéia é ser humilde, reconhecer as próprias incapacidades e dedicar-se pela própria caminhada, não são palavras de convencimento que fazem a diferença mas sim exemplos virtuosos de como liderar a própria vida, de ser mestre do próprio caminho.
Aristóteles, também filósofo dizia: “o ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”, e por isso mesmo a pergunta: o que estamos fazendo com nossas vidas? Onde estamos depositando nossas energias? Onde estamos gastando nosso dinheiro? Onde estamos investindo o nosso tempo? Acho difícil que todas as respostas possam satisfazer esse anseio de uma vida plena para todos; em minha reflexão pessoal já consigo perceber que há muito a me aprimorar.
“O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página” – é a frase de Santo Agostinho. Nela também está contida a idéia de “correr atrás” ou “ir além”, numa descoberta prática desta jornada existencial. No que pese alterar caminhos, somos responsáveis por nossas escolhas e sem intuito de convencer, o que podemos fazer no caminho é compartilhar. Quem sabe se nossos questionamentos coincidirem, nos encontremos pela estrada da vida – desejo a você que lê, a mesma coragem que busco ter.
Texto originalmente publicado em: https://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/bem-pensado/2020/10/21/o-que-estamos-fazendo/