Durante os últimos tempos vivemos uma verdadeira montanha russa: situações inusitadas, incertezas e falta de esclarecimento fizeram até as pessoas mais calmas perderem o equilíbrio.

De verdade, lidar com nossas emoções é um eterno aprendizado. Nesta quarentena tanto culpa quanto angústia se mostraram temas recorrentes. Sem compreende-las tentamos negar, bloquear, esconder ou eliminar, e perdemos a oportunidade de aprender e nos aprimorar.

Acumuladas ao longo do tempo, elas se tornam “verdadeiros monstros” que nos perseguem e podem ocasionar doenças.

Um ponto importante é parar de atribuir rótulos a um determinado sentimento: “o que os torna positivos ou negativos são as ações que tomamos a partir do que estamos sentindo. Esta conexão entre o que eu sinto, o que eu penso, e qual ação tomo é que faz a grande diferença”.

Sentimos culpa porque erramos em relação ao outro. Algo que fazemos ou deixamos de fazer, e sabemos de nossa responsabilidade. A culpa neste caso pode ser um propulsor de reflexão que estimula agir corretamente, ou o início de um estado de negação que aumenta o sofrimento interno.

Observar o sentimento em perspectiva nos permite entender que não somos nossos sentimentos, assim como não somos as situações de nossas vidas. Podemos estar tristes, nem por isso somos pessoas tristes. Estar remete a um estado transitório e mutável. Ser remete a nossa essência, ampla e perene.

Aqui nos assemelhamos a água que pode mudar de estado: líquida, sólida (gelo) ou gasosa (vapor), e mesmo assim não deixa de ser, na essência, água.

A angústia por sua vez é um sentimento que coloca em dúvida as ações que estamos tomando ou não, nos questionando se deveríamos ter feito algo diferente e nos prendendo ao passado.

Ao que parece, todos esses sentimentos podem ser amenizados quando focamos em ter práticas melhores ou mais corretas, virtuosas, no presente.

Nas palavras do psicólogo capixaba Enéas Lara: “só a ação trás alívio”.

A meditação, a oração, o silêncio e a atenção plena são ferramentas que podem ajudar a entender o que desperta a emoção e agir para mudar.

Lembrar que somos muito mais do que as dificuldades que estamos vivendo, nos permite crescer meio a dor e prosperar meio a adversidade.

 

Texto originalmente publicado em: https://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/bem-pensado/2020/06/18/culpa-e-angustia-entenda-o-que-suas-emocoes-podem-estar-te-dizendo/

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