Mesmo que não tenhamos claro em nossa mente todos os caminhos até atingirmos nossos objetivos ou conquistarmos nossos sonhos, existe uma forma de perceber se estamos no caminho certo ou errado.

Antes de tudo porém, é importante dizer que certo e errado são parte da construção dual deste mundo onde tudo acaba sendo julgado entre polaridades positivas/negativas, de acordo com suas respectivas características e a partir do referencial de cada observador.

Ainda que ignoremos, nossa saúde é um dos melhores termômetros de vida para avaliar os caminhos que estamos tomando. Se estamos realizando atividades que nos edificam, se estamos alimentando bem e exercitando, se estamos sendo felizes em nossas ações e companhias, bem provavelmente estaremos com a “saúde de ferro”.

Por outro lado, observa-se que a dor de cabeça, o cansaço excessivo, a chateação recorrente são traços de uma saúde debilitada, que em verdade denota “desequilíbrio”. Torna-se imprescindível não apenas curar o corpo, mas refletir as causas desse acontecimento. Seriam excessos ou faltas?

Experienciando sintomas diversos na última semana, me questionei o que poderia estar fazendo de errado, e a verdade é simples: excesso de coisas pra fazer. Não sendo capaz de lidar com todas de forma equilibrada, senti a pressão na forma de stress, autocobrança e até certo desânimo. Mas, na perspectiva otimista, continuava achando que era momentâneo, sem fazer alterações.

Diante da doença no entanto, fui obrigado a parar e repousar, me perguntando se realmente estava no caminho que desejava. Me questionei se o excesso de compromissos servia a meu propósito e claramente a resposta foi em sentido contrário. Percebi que assumir compromissos demasiados tem sugado minha energia de forma desproporcional, inclusive comprometendo a dedicação naquelas atividades que estariam ligadas aos objetivos que carrego como importantes.

Assim, a doença que num primeiro momento é um mal, em verdade me serviu como benção e forçou o período recluso que permitiu a reflexão. Superada esta parte, clareando a forma de pensar, sei que mudanças precisam ser feitas ajustando os afazeres e focando naquilo que faz o coração bater mais sereno.

De agora em diante corrigindo os rumos, já sinto a leveza de quem volta para a “estrada asfaltada da vida” em busca dos sonhos que me trouxeram até aqui. Nada é por acaso, tudo é aprendizado.

 

Texto originalmente publicado em: https://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/bem-pensado/2020/10/19/ha-males/

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